
“Imagination is more important than knowledge. Knowledge is limited;...” (Eisntein)
O post de hoje é sobre o filme “Náufrago”. Acho que todo mundo já viu esse filme né. O roteiro é de William Broyles e a direção é de Robert Zemeckis.
Eu poderia falar de vários aspectos do filme, tais como: conflitos dos personagens, pontos de virada, tipos de narrativa, fotografia, tramas, ritmo, som, clímax... ou seja, há inúmeras coisas para se analisar no filme. Como o tempo é curto e a análise de tantas coisas iria demorar tanto quanto um TCC para fazer, resolvi dar o enfoque em finais que não terminam e no que chamam de roteiro circular. Para quem não sabe, roteiro circular é quando um filme começa e termina no mesmo lugar. Na maioria das vezes não é percebido pelo espectador e esse tipo de técnica é muito utilizado hoje em dia, principalmente no cinema hollywoodiano. Quando bem colocado, fica muito bom. Vamos ao filme.
O filme começa mostrando a rua que dá num cruzamento. Um caminhão da Fedex (não vou nem falar das propagandas colocadas no filme, fica para outro post) segue pela rua, passa pelo cruzamento e entra numa fazenda. Na porteira de entrada da fazenda estão os nomes de duas pessoas. Reparem bem, pois pode passar despercebido quando assistimos apenas uma vez. Os nomes “Dick & Bettina” estão na entrada, entre eles, uma asa (vocês vão ver essa asa durante todo o filme). O que a meu ver caracteriza uma fazenda de um casal. A fazenda possui várias asas no terreno. Sra. Peterson, a dona da fazenda (então Bettina Peterson), faz uma escultura (uma asa). Ela entrega uma caixa para a Fedex e a partir daí a câmera acompanha a caixa até sua entrega. E não é por menos, a caixa tem uma asa pintada, que inclusive o entregador repara ser da cor rosa. A caixa é levada até a Rússia onde o Sr. Peterson (Dick Peterson) a recebe. Uma mulher é vista junto com ele, ela pergunta sobre a caixa, Dick diz que é de sua esposa e dá um beijo na mulher (a amante). Apenas depois de cinco minutos e trinta segundos é que vemos Chuck (Tom Hanks). O personagem é apresentado, reparamos que é um sujeito estressado, que possui um bom cargo na Fedex e vive pelo tempo. Com a apresentação do personagem, algumas questões são levantadas, como: Uma dor de dente constante de Chuck, a pergunta da aeromoça sobre Mary, a mulher de Stan (melhor amigo de Chuck). Ela pergunta como está Mary, ele responde que acha que ela não está com metástase (sabemos que está com câncer). Chuck diz conseguir um médico para Mary. Chuck encontra sua namorada Kelly (Helen Hunt) e logo sabemos que é natal pelo som da televisão e pelo jantar que os personagens se encontram. Eles comemoram o natal numa mesa grande, com familiares e a questão do casamento é abordada pela família. Os dois fazem uma brincadeira e escapam da pergunta. O bipe de Chuck toca e ele sai para mais uma viagem. Antes de embarcar no avião, eles trocam presentes no carro, antes do embarque (ao som de elvis, que já havia sido citado anteriormente – só pra constar) ela dá um relógio que foi herança de família junto com uma foto sua. Ele dá algumas baboseiras e uma caixinha que se parece com uma caixa de alianças. Ele diz que volta logo, que no reveillon está de volta. No avião, Chuck fica meio angustiado, percebemos que a aeronave está com problemas e que estão a mais de 300 km da rota original. E aos 30 min de filme, o avião cai (não vamos falar de pontos de virada, mas a virada se dá aí e também é bom perceber o quanto de filme vimos até ele chegar à ilha).
Sabemos de cor o que acontece na ilha, ele tem que se virar sozinho, arranja comida, bebe água de coco, faz fogo, “conhece” Wilson, uma bola de volei que vira seu único “amigo” na ilha, quebra um dente que estava doendo (sabíamos que o dente ia dar problema desde o começo do filme), conta os dias, tenta o suicídio, encontra várias caixas da Fedex na praia, entre elas, uma em especial, a única que ele não abriu (e ela possuia asas desenhadas – isso, as mesmas asas, só que de outra cor), até que ele constrói um barco feito de troncos e resolve sair da ilha. Numa cena trágica, ele perde seu melhor amigo, Wilson e depois de praticamente desistir de procurar ajuda é encontrado por um navio. Anos depois, Chuck volta à vida na cidade. (Desculpa não falar muito sobre a ilha, mas ela não é o foco do post, talvez em um outro). Sua, agora, ex esposa recebe a notícia por telefone do aparecimento de Chuck e sabemos que ela está casada. (As questões do começo do filme são respondidas aos poucos). O casamento se dá, mas sem sua presença. Seu amigo, Stan, o recebe, diz que Kelly casou e que fizeram um funeral para dar adeus e seguir a vida em frente, sem sua presença. Stan diz que cada um colocou um pertence em homenagem a Chuck. Stan colocou cds do Elvis (novamente o Elvis – mas só para constar mesmo). Logo após ele encontra com o marido de sua ex, que por ironia do destino, era seu dentista há cinco anos atrás. Ele vai até a casa de Kelly, entrega o relógio que ela havia dado a ele e diz que herança de família é pra ficar em família. (O filme começa a responder e voltar para o começo – estrutura circular). Ela devolve o carro a ele, o mesmo carro que Chuck possuia. Como se tirasse a culpa de suas costas, Kelly diz “você disse que voltaria logo”, lembrando que Chuck deveria estar em casa no reveillon, mas que demorou anos para voltar. Eles lamentam o acontecido e um "revival" de leve acontece, de leve... um beijinho e tal.
Ele conta as histórias da ilha para Stan e diz que sabe o que fazer dali pra frente: continuar respirando. “Porque, amanhã o sol nascerá. Quem sabe o que a maré poderá trazer?” (o começo do fim – se é que posso dizer assim – começa aí). Logo em seguida, vemos Chuck, uma bola da Wilson (novinha, na caixa) e a caixa da Fedex com as asas, na mesma rodovia, no mesmo cruzamento do começo do filme (Estrutura circular? Sim!). Ele havia guardado o pacote com as asas para entregar pessoalmente. Ao chegar na fazenda, logo no portão de entrada, nota-se que o nome “Dick” foi arrancado. Lê-se apenas “Bettina” (a mulher está separada agora, solteira e tal, está disponível, digamos assim). Como não havia ninguém em casa, ele deixou um recado dizendo que a caixa salvou a vida dele e saiu. Última cena do filme: Chuck encontra-se no cruzamento (o mesmo, isso), estaciona o carro, abre um mapa e o coloca em cima do capô. Uma mulher aparece num carro, pergunta se ele esá perdido e dá algumas informações sobre os caminhos que o cruzamento pode dar. Ela o cumprimenta, entra no carro e sai. Ao sair, vemos asas pintadas na parte de trás do carro (isso, as mesmas asas), Chuck aparentemente também nota as asas, fica desnorteado e vai até o meio do cruzamento. Ele gira até decidir qual caminho seguir.
Qual caminho Chuck seguiu? Ele voltou e foi falar com a mulher das asas? Casou com ela? Teve filhos? Ele voltou para Kelly? Ele seguiu outro caminho? Ficou parado no cruzamento? Responda você.
Esse é um final que não termina no filme. O final do filme é terminado em cada um dos espectadores. Não quero entrar na psicologia(aliás, o filme é um prato cheio para psicólogos, sociólogos, antropólogos e outros tantos logos – o que dariam ótimas análises), mas cada um faz o final mais confortável e melhor para si, em sua mente.
E essa é a imaginação. “...imagination encircles the world.”, já dizia o grande Albert.
Beijos e abraços.
E aí vou eu, respirando. “Porque, amanhã o sol nascerá.”
resumindo: é o filme de um cara que se perde numa ilha deserta, quebra o dente, cresce a barba, fica amigo de uma bola de vôlei, conversa com ela (essas coisas que acontecem quando a gente se perde em uma ilha deserta). ai resgatam ele e acaba.
ResponderExcluirtambém tem a versão alternativa desse filme que ao invés do tom hanks é o chuck noris que se perde.
ResponderExcluirtudo igual a única diferença é que a bola de vole que não falava com com o tom hanks, para o chuck noris cozinha, limpa a ilha e de vez em quanto canta para o chuck noris dormir.
No meu ver, o Chuck ficou com a Bettina, ambos solteiros, desimpedidos por que não, né?! A Kelly estava casada mesmo e o cara não iria passar a vida inteira dele pra titia. Além do fato da Bettina ser uma boa pessoa (com uma presença maravilhosa), foi ela que mostrou o caminho para ele duas vezes. Como se fosse um anjo da guarda.
ResponderExcluirMeu Deus, um post tão bacana e olha os dois primeiros comentários... chega dar pena
ResponderExcluirA melhor coisa a fazer, é ignorar.
ExcluirO filme nos mostra como vivemos de forma Automata e valorizamos tão pouco o conforto e benefícios que temos, bem como as pessoas com quem dividimos nossa caminhada e só percebemos a importância de tudo isso quando perdemos. Muito a se pensar, viver e conviver, valorizar o que realmente tem valor, amar o quanto for possível, pois tudo passa.
ResponderExcluirqual o endereço do cruzamento no final do filme..?
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